Ela olhou os olhos verdes por trás das lentes, cada uma de
1 grau. Borboletas no estômago.
Tentou adivinhar o que se passaria dentro daquela caixola,
mas o que passavam eram as pessoas ao lado deles. Talvez 50, talvez 100, talvez
um milhão, nem percebiam.
Ele olhava pra ela e ela enrubescia. Ela o olhava e ele
a encarava. Os pés dele no chão e os dela nas nuvens. Se bem que ela nunca
sabia muito bem onde estavam seus pés, nem suas mãos.
A
viagem nunca havia ficado tão curta.
O
ponteiro por trás no vidro quebrado perdera o ritmo lendo, era incrível. Tinham
que deixar de ir e vir e dar um jeito de se despedir.
Então
ele disse com um sorriso bobo "até a próxima..." E ela
sabia. Sabia que na próxima, enquanto durasse, levaria na mochila um
banquinho, e nos bolsos, bala de café.