Todos ali eram idiotas. Falavam idiotices, faziam idiotices. Mas todos se gostavam e todos adoravam aquela ideia passageira de serem eternamente jovens e livres.
Eu, sinceramente, gostava de estar com eles, afinal eu era como eles. Os via todos finais de rotina. E querendo sair da rotina, eu os fiz entrarem numa.
Som de Janis...
Carro lento, trânsito, fumantes, fumaça, música, garoa. São Paulo estava um bocado animada essa noite. Todas as noites são festa.
Mas não, o menino inquieto batia no vidro do carro pedindo emoções, pedindo velocidade. Ninguém sabe que ele está ali porque o vidro é escuro. Ele pede uma outra história mas ninguém nunca fez parte de ninguém ali na rua. Eles são cantantes por que formam um mundo bem vestido com uma pitada de moda retrô. É samba, é bamba, é vendedor ambulante.
Não sei, mas desconfio que a felicidade esteja no ínfimo da mente desses caras.