sábado, 14 de abril de 2012
12:00h / 32ºC
As moedas eram contadas, uma a uma, de um jeito que eu ou você jamais contaria. Porque eu não sei se eram meus olhos que fantasiavam demais, mas eu conseguia ver uma simplicidade e uma cumplicidade tão grande ali, que como as moedas, também não contaria.
Ele usava o tato, o cheiro, a intuição. Ele usava os outros sentidos pra saber que o sol sorridente e o vento despenteador de cabelo de menina estavam lá. Se duvidar ouvia até o casal de andorinhas conversando, o bom dia do cachorro siamês que passava ali. Sentia a tensão da mãe pegando a mão do filho pra atravessar, ouvia o coração acelerar do rapaz ao telefone. Seu mundo era cercado de coisas que não via. Vendia suas bugigangas e contava as moedas, bem devagar. Ele não queria ver, nem precisava, estava tudo ali a sua frente, o mundo borbulhando sons e sentidos, borbulhando olhos, mãos e bugigangas...
Aquele senhor não tinha ideia de que eu o via todos os dias na hora em que o sol estava bem no meio do céu, bem em cima de nossas cucas quentes, mas acho que ele talvez pudesse ouvir minha presença, sentir as cores da minha mochila colorida, sei lá.
E tentando inventar o mundo dele através do meu, eu me pergunto se cega não sou eu.
domingo, 1 de abril de 2012
A depender de mim
A depender de mim
Os psicanalistas estão fritos
Eu mesmo é que resolvo os meus conflitos
Com aspirina, amor ou com cachaça.
Os gritos todos virarão fumaça
A dor é coisa que dói e que passa
Curar feridas só o tempo há de.
Toda regra para o bem da humanidade
É certo necessita de uma exceção.
Os psicanalistas estão fritos
Eu mesmo é que resolvo os meus conflitos
Com aspirina, amor ou com cachaça.
Os gritos todos virarão fumaça
A dor é coisa que dói e que passa
Curar feridas só o tempo há de.
Toda regra para o bem da humanidade
É certo necessita de uma exceção.
A depender de mim
Os publicitários viram bolhas,
Eu sei como fazer minhas escolhas
E assumir os erros que lá vem.
Se a alma finca pé, os medos somem
Menino, nunca deixe que te domem,
Meu pai dizia, o verdadeiro homem
Sabe o que quer, ainda que não queira.
Besteira é não seguir o coração
Os publicitários viram bolhas,
Eu sei como fazer minhas escolhas
E assumir os erros que lá vem.
Se a alma finca pé, os medos somem
Menino, nunca deixe que te domem,
Meu pai dizia, o verdadeiro homem
Sabe o que quer, ainda que não queira.
Besteira é não seguir o coração
A depender de mim
Os padres e pastores serão tristes,
Eu penso mesmo que deus não existe,
E ainda assim quem sabe eu creia em deus.
Se deus é o outro nome da verdade,
Deste momento até a eternidade
Eu levo entre mentiras e trapaças
Besta felicidade, frágil farsa
Do que preciso, riso, preces e paixão.
Os padres e pastores serão tristes,
Eu penso mesmo que deus não existe,
E ainda assim quem sabe eu creia em deus.
Se deus é o outro nome da verdade,
Deste momento até a eternidade
Eu levo entre mentiras e trapaças
Besta felicidade, frágil farsa
Do que preciso, riso, preces e paixão.
Assinar:
Postagens (Atom)