Nunca ao
longo da história, deparamos tanto com alguns assuntos éticos como “sexismo”,
“feminismo”, “racismo”, entre outros. O sufixo “ismo”, que vem do grego, dá a
entender algo que deve ser seguido como ideologia, crença e regra.
O especismo, o
qual o termo se refere à discriminação a qualquer ser que não pertença a
determinada espécie, ainda é termo que não recebe valor prioritário para grande
parte da população. A pequena parte é composta de veganos, ativistas e gente
ligada à causa.
Obviamente
refiro-me à espécie humana como a causadora dos conflitos, pois todos os termos
referidos no início, foram por ela inventados. Causadora de conflitos no
quesito de valorizar em demasia sua espécie por “n”motivos. O principal deles:
capacidade de raciocinar, logo, utilizar outras espécies ao seu favor.
Estava eu
ministrando uma aula de biologia onde o assunto era “conservação da
biodiversidade”, quando um aluno, por volta dos seus 12 anos, parecendo não
gostar muito do meu papo, levanta a mão e me pergunta: “Professora, mas me
diga: o que os corais vão interferir na minha vida?”. Pensei por alguns
segundos, decepcionada, como iria convencer aquela criança que cresceu e cresce com a ideia de que sua espécie é, sem nenhum por quê de
questionamento, superior a todas as outras. Respondi, tentando colocar em sua
mente, que cada ser no planeta, em termos biológicos, tem uma função e por isso
um papel importante na natureza; sem necessariamente servir de utilidade humana.
Se ele me deu ouvidos? Duvido.
O fato é que
o especismo está cravado em nossas mentes, sem nem mesmo nos darmos conta. Como
outro exemplo, observe uma cena comum: pessoas reunidas em um churrasco
(possivelmente de carne suína, frango ou bovina) com crianças brincando com
cães ao redor. Por que não inverter os papéis das espécies que interagem com os
humanos? É claro que não iria ser interessante, no Brasil, um churrasquinho de
cachorro; mas na China, quem sabe?
Claro que não
quero aqui, converter ninguém ao veganismo e nem mudar hábitos culturais e
alimentares. Mas desejo plantar nas ideias, sementes de outros pontos de vistas
em discussões; outros valores em relação à supervalorização de nossa espécie e acima
de tudo sementes de respeito às demais. Afinal, seria eu mais importante que um
pé de jacarandá?
Foto: Google Imagens