terça-feira, 27 de julho de 2010

Sorte - Montanaro




Esta tirinha foi feita pelo cartunista João Montanaro e está exposta no João Blog.

João trabalha na Revista MAD (que coincidentemente tem o apelido do meu querido amigo ladrão de jaquetas) e na Folha de São Paulo e tem apenas 14 anos! E o melhor, ele adora Calvin e Haroldo. Esse menino é um gênio.

domingo, 25 de julho de 2010

Um rei e o Zé

Um rei me disse que quem deixa ir, tem pra sempre.
E me contou que só foi rei porque pensava assim tão diferente.
E eu, que andava assim tão zé,
deixei que tudo fosse e decidi olhar pra frente,
mas não vi nada.
E o rei me disse:
“A pressa esconde o que já é evidente.
Foi do meu lado que eu achei o que me fez assim tão diferente.”
E eu, que corria assim tão zé,
deixei que tudo fosse e decidi mudar de frente,
mas não vi nada.
Não leve a mal,
eu só queria poder ter outra filosofia,
mas não nasci pra conversar com rei.


quarta-feira, 21 de julho de 2010

O menino da guitarra Dolores




Hey boy! Mas seu cabelo tá bonitão,
De onde você tira tanta inspiração? Imaginação? Curso de computação?
Tira tuas escritas da panela, deve ser...
Já vem pronto teu ensopado de frases estranhas,
tua sopa de letrinhas das entranhas.
Ninguém te ensinou a pôr os pés no chão?
Ninguém te ensinou a ser sem sal como todo esse mundão?
Da tua loucura peço parte,
não esquece da careta na foto,
que eu vou querer um autógrafo,
quando você virar professor de arte.
Eu sei, você precisa voltar logo.
Tua mãe tá te chamando, e teu irmão chorando,
querendo colo.
Agora, menino, se liga, não cochila.
Quando vai me devolver a jaqueta que eu botei na tua mochila?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Faça arte, palhaçada faz parte!

Manu, Soninha e Nathalia viraram desenho! =O

"Viva á tua maneira, não perca a estribeira, saiba do teu valor.

E amanheça brilhando mais forte que a estrela do norte que a noite entregou!"


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Equívoco

Esquina de uma rua escura, por volta das sete da noite.

- Moça, faz favor...

- Oi? – Parando, coração acelerado do medo e da pressa.

- Eu e minha mulhé tâmo passando dificuldade, a gente tem dois filho piqueno, a gente tá com fome, saca? Tâmo aqui há algum tempo e (...)

Quando, de repente, olhou os livros que a menina levava, sua mochila rasgada, suas olheiras e cabelo bagunçado.

- (...) Ah... Você é estudante né... Tá bom fia...

(Fatos reais, rs.)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Onde?

Tava aqui pensando nessa vida como é que tá.
As pessoas querem um carro e até mesmo um apartamento no Guarujá.
Querem festas, metas, multidões,
um amor lá no fim dos quarteirões.
E agora a humildade, onde fica?
A cumplicidade, a amizade o perdão?
A liberdade de dizer o que pensa e não ficar na mão?
O abraço dado, as palavras ditas, o senso de humor?
O silêncio, os risos, os passeios pela rua, pela lua?
Um alto-falante bem gigante era o que eu queria agora,
pra dizer pra essa gente, que o que fere de repente, não é um tapa, um beliscão.
Mas sim o grande ego, a febre pelo mundo, os pés que não estão no chão.
São Longuinho, onde foi parar a via certa, a rua reta dessa contra mão de curvas?
Onde?

Instinto máquina

        Andei desconfiando de coisas não muito fúteis, fúteis como diriam em qualquer novela popular ou até mesmo em letras de músicas românticas.
       Como qualquer sentimento, seja ódio, rancor, dor ou alegria, o amor se iguala ao ser. Por ser mais forte, julgam-no irreversível ou até mesmo eterno. Mas onde diabos já se viu o eterno? O que é eterno? Apenas um dilema inventado pelo mesmo autor dos sentimentos. Talvez quisesse dar a eles uma pitada a mais de emoção. Um sentimento eterno, assim como a memória, não dura. Logo, concluímos (precipitadamente ou não) que o amor é passageiro.
      Poderíamos até julgar o ser humano como ser superior aos outros animais, com capacidades aleatórias e vantajosas. Porém, nem um ser é superior ao outro enquanto houver ainda, uma harmonia entre ser e natureza. Qual é a finalidade de uma formiga saber a teoria da relatividade? Ela consegue viver perfeitamente com todas as suas funções e com todo seu “QI limitado”. Não existe ser superior ao outro, o que implica é sua adaptação ao meio em que vive. Somos adaptados a nossa sociedade da mesma forma que um gafanhoto é adaptado a sua.
     Uma mãe leoa julga sua cria, afastada do bando por um tempo, inimiga. A ataca e não a reconhece. Uma mãe humana, longe de seu filho, pode perder todo afeto que um dia nutriu quando este era apenas uma criança. Perde-se o afeto, mas não perde-se o contato. O mesmo seria se os leões soubessem usar o telefone.
     Contudo, voltando ao assunto, vemos que os sentimentos são, portanto, consequências de nossa adaptação. Como estes, existem também desejos, impulsos, sentidos. Todos guiados pela falsa sensação do eterno, pela memória curta do cérebro frágil. Sem saber que o menor, o mais desprezível defeito nos circuitos internos, reduz o tudo a nada. Assim como máquina.