sábado, 30 de abril de 2011

Fotossíntese

E a vida soprou aquele vento gostoso no rosto, despenteou o cabelo e sussurrou boas palavras.
Naquela hora só me faltou um doce, alguma coisa pra adoçar o ar, aumentar o passo.
Eu vi que tudo ali era diferente de tudo que eu havia vivido, eram novas mentes dentro uma só. Eram outras mentes dentro da minha, minha mente dentro das outras, mentes que não mentem.
Era um sentimento bom, vontade de agarrar a vida num abraço, amarrar o mundo num laço. Ver as coisas maiores, e ao mesmo tempo mais simples e reais.
O sol batia, ardia o verde, me alimentava.
Ninguém mudou nada do lugar, as ruas continuavam sujas e os mendigos, mendigos.
 Mas a vida continuava, soprava, sobrava... escorria entre os dedos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

São Paulo é quase nossa

"Aos que voltam para casa no fim de tarde, depois de um dia árduo, se possivel, dêem uma olhadinha no horizonte.
As tardes de outono nos traz um Pôr de Sol espetacular. E poético....
Nos faz pensar que mesmo vivendo nesta cidade doida, nessa Babilônia em chamas da poluição, a natureza vive nos presenteando."

Tathiane Schiabel (bióloga, filósofa e escritora com quem convivo todos os dias ^_^)



terça-feira, 19 de abril de 2011

Pitanga em pé de amora - Quem ouvirá?

Quem hoje ouve o que eu canto
sabe um tanto do que eu sou.
Coisa que a vida se me envolve
e me devolve num verso assim.
Quer ver que coisa que não se fala,
mas não cala dentro de mim.
O que eu bem sei o meu canto é som.
É como eu sou mais do que sou.

Quem me ouvirá
quando eu me fizer cantar?
Enquanto minha voz puder soar?
Será, meu bem, e a minha condição.
Meu viés, ter meus pés, em outro chão.

Um diz eu fiz em minh'alma toca
e provoca meu verso enfim.
É que essa sede é o que me salva
nas ressalvas que o mundo faz.
Que coisa certa é o melhor remédio
contra o tédio que o tempo traz.
Se a solidão é o pior castigo,
eu me vingo cantando assim.

Ao meu fim, ao amor, aos céus.
E a sorte de viver,
será pra quê,
se eu não cantar?
Pra quê será,
se eu quiser esquecer?
Do que me faz
e me refaz
e me revela e me acerta em cheio
quando o feio é belo em mim.
Sou eu quem pinto o meu espelho
e clareio o que é ruim.


Pra quem quiser ouvir a música é só clicar aqui ;)

domingo, 10 de abril de 2011

E quando é mesmo?

E quando a memória surta pra trás?
E quando eu me assusto em mudar de assunto, em salvar no lápis, o meu rascunho de praxe?
E quando o destino insiste em se meter, em se perder?
E quando é que se acredita em destino?

Quando desce a barra de rolagem, rola a molecagem, muda a paisagem.
Quando acaba a energia, eu estudo entalpia, e vejo que realmente nada sei.
Quando a mensagem vai errada, a cabeça estagnada esquenta em luz de vela.

Eu velo pela calma, pela alma, pela fé.
Pela prova de amanhã, pela quentura do café.

É quando o telefone toca e eu atendo gente nova.
A gente velha agora é mãe.
A gente velha agora é longe, é onde.

É onde eu vejo quase em frente.
Na minha mente só tem antes, misturado com agora.
Você já viu pitanga em pé de amora?