quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Pertim

O que tenho, pra mim é longe.
O que tenho, pra mim é onde?

O que sinto ainda é ontem.                
O que sinto, pra mim é onde não se vê.
Também, pra quê?
Adormece quentim, a dor desce de mim.

O que penso ainda é triste.
O que penso nem mais existe, para lá.
Aonde ninguém nem viu, nem ouviu falar.

Para lá, assim, tão longe, mas tão pertim de mim.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ciencante se encantou

Amanda, 8 anos
     Então enfim o projeto foi concluído! A arte brilhou nos olhos do público e dos atores!

         A trupe Ciencante, na tentativa de unir a arte e a ciência, apresentou o espetáculo "Será o Sol Rei?" para turmas de 2° e 3° série da escola Vicente Amato Sobrinho e o resultado foi maravilhoso. Foram mais de 200 crianças pentelhas, pentelhando a peça toda, interagindo com os atores e até virando personagens!
    As crianças, através dos desenhos, nos mostraram o resultado deste trabalho.

"Em linhas gerais, concluímos que a arte não deixa de ser um foco importante a ser abordado na educação. Foi notório o entusiasmo e atenção das crianças durante toda a “aula” lúdica ministrada, além de ter proporcionado incrível experiência aos integrantes deste trabalho. "

Bia, 9 anos
"E que venha a música!"

Geovanna, 9 anos

Levi, 9 anos

Natalia, 9 anos



Ciencante

domingo, 6 de novembro de 2011

E lá se vai Josefina

Esses dias Josefina mudou de roupa, de cabelo, e até tentou uma cor no olho. Colocou um salto, enxergou do alto coisas que via bem perto.
Como ímã, atraiu olhos de apetite, percebia com o canto dos olhos da vaidade. Podia até exibir suas asas coloridas por fora mas por dentro continuava a ser a boa e velha feia lagarta Josefina. Ora se odiava, ora se gostava, justamente porque nunca metamorfosiava.
Esses dias Josefina acordou num pulo, disse boa tarde pro vendedor de calçados e saiu sem comprar nada, como quase sempre acontecia.

Fechou os olhos, sentiu o sol, sorriu. Chegou em casa, dormiu.

E isto se repetiu quatrocentos e cinquenta e sete mil vezes.
Josefina precisa arranjar um novo nome.

sábado, 15 de outubro de 2011

Augusta

          Todos ali eram idiotas. Falavam idiotices, faziam idiotices. Mas todos se gostavam e todos adoravam aquela ideia passageira de serem eternamente jovens e livres.
          Eu, sinceramente, gostava de estar com eles, afinal eu era como eles. Os via todos finais de rotina. E querendo sair da rotina, eu os fiz entrarem numa.
Som de Janis...

         Carro lento, trânsito, fumantes, fumaça, música, garoa. São Paulo estava um bocado animada essa noite. Todas as noites são festa. 

         Mas não, o menino inquieto batia no vidro do carro pedindo emoções, pedindo velocidade. Ninguém sabe que ele está ali porque o vidro é escuro. Ele pede uma outra história mas ninguém nunca fez parte de ninguém ali na rua. Eles são cantantes por que formam um mundo bem vestido com uma pitada de moda retrô. É samba, é bamba, é vendedor ambulante.
         Não sei, mas desconfio que a felicidade esteja no ínfimo da mente desses caras.

sábado, 3 de setembro de 2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Darwin


E tendo alucinações de Darwin nas aulas de Evolução, encontrei uma tirinha que veio a calhar.

Retirado de Um Sábado Qualquer

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Arte e Ciência, duas artes e duas ciências

Texto de apoio á construção do Projeto "Arte e Ciência", minha turma de Biologia ^_^.

"O homem anseia por absorver o mundo circundante, integrá-lo a si; anseia por estender pela ciência e pela tecnologia seu "Eu" curioso e faminto de mundo até as remotas constelações e até os mais profundos segredos do átomo; anseia por unir na arte o seu "Eu" limitado com uma existência humana coletiva e por tornar social a sua individualidade. 
Se fosse da natureza do homem o não ser ele mais do que indivíduo, tal desejo seria absurdo e incompreensível, porque então como indivíduo ele já seria um todo pleno, já seria tudo que era capaz de ser.
O desejo do homem de se desenvolver e completar indica que ele é mais que um indivíduo. Sente que só pode atingir a plenitude se se apoderar das experiências alheias que potencialmente lhe concernem, que poderiam ser dele. E o que um homem sente como potencialmente seu, inclui tudo aquilo que a humanidade, como um todo, é capaz. 
A arte é o meio indispensável para essa união do indivíduo com o todo; reflete a infinita capacidade para a associação, para a circulação de experiências e idéias."

Ernst Fischer , na obra "A necessidade da Arte"


       O projeto tem como objetivo, além de divulgar a ciência como forma de arte (quebrando "tabus" principalmente para o público infantil), divulgar a arte como forma de ciência. Até porque as duas utilizam a capacidade criativa e imaginativa e baseiam-se em métodos, buscam respostas e refletem o pensamento do ser complexo, que é o ser humano (Araújo-Jorge, 2004).
       O cientista e o artista têm mais em comum do que imaginamos! Hoje, a responsabilidade do grupo Ciencante, do curso de biologia é mostrar para o público que a nossa resposta é aquilo que sempre está diante dos olhos, que o entendimento da ciência, assim como qualquer outra disciplina, fica sempre mais fácil quando a visão é outra, ativando outros tipos de inteligências, que nem imaginamos que temos.
       Acreditamos que a arte dentro da ciência têm importância crucial enquanto formos seres carentes de expressões, reflexões e de novas descobertas, seja para um único indivíduo, ou mesmo para um mundo inteiro.

domingo, 21 de agosto de 2011

Bandido camarada d'água

Vinha no frio, mãos e nariz gelados. Tinha que andar depressa porque a hora corria.
As ruas molhadas e o céu cinza (ou pelo menos a mistura de muitas cores escuras) davam á cidade suja, um tom sombrio.
As poucas pessoas que estavam nas praças, moravam nelas.
E dois homens vinham vindo. Não sei para onde iam, vinham. E vinham na minha direção.
Chegaram mais perto, e por dois segundos não sabia se realmente falavam comigo:

- Passa o celular, com fone e tudo!

- Mas moço, não é celular, é MP3...

- MP3? Só isso?!

- É... cê gosta de Teatro Mágico?

- Gosto, anda, daí!



Moral da história: bandido também é camarada d'água!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

G. Heiden e seus personagens

     G. Heiden vivia bem. G. Heiden era um cara bacana, ou nao. G. Heiden era um cara tímido, ou não. Divertido, ou não. Competente, ou não. O fato era que G. Heiden podia ser o que quisesse, e era o que quisesse a cada nova pessoa que conhecia.
     G. Heiden queria descobrir o que as pessoas queriam. Conheceu muita gente, se esbarrou de repente e um dia se apaixonou. A garota vivia bem. Era uma garota bacana, ou não. Tímida, ou não. Divertida, ou não.
     G. Heiden nessa de descobrir o que as pessoas queriam, não descobria nada, porque todos os seres do Universo podiam ser como ele, ou não.
     G. Heiden era um cara demente, treinava pro teatro da mente.

sábado, 18 de junho de 2011

No papel do subconsciente



Pense e desenhe!

"Uma multidão de gente voa pra lá e pra cá todos os dias, escuta, vê, experimenta e aprende coisas. As coisas vão se acumulando em algum lugar da mente, às vezes ignoradas ou enfatizadas sem querer. Claro que, de algum modo, os fatos ocorridos levam o indivíduo ao crescimento psicológico. Levam a quem quiser, saber mais de si.
Seria possível de alguma maneira, extrair um pensamento oculto, mesmo por mais bizarro que fosse? E se fosse possível, por que teria sido corrompido da realidade?
E se estivessem em prática todos os pensamentos corrompidos? Teríamos um mundo de loucos varridos? Com idéias revolucionárias e talvez sem nexo nenhum à nossa visão de mundo atual?
E por que as pessoas os escondem? Falta de consciência? Ou consciência demais?"

O dicionário diz: "O subconsciente é a compreensão de todos os conteúdos conscientes na larga trajetória do espírito durante o processo da sua evolução biológica; captação que registra e arquiva minuciosamente todos os pormenores de fatos ocorridos, deixando como síntese um pensamento orientado, um ensino proveitoso para o ser. É o progresso, a evolução."

Se for evolução, então vamos à evolução!

Adalton - 25 anos

Antônio - 81 anos

Bruno - 25 anos

Carlos Humberto - 23 anos

Isabela - 2 anos

Josefina - 84 anos

Nathalia - 19 anos

Nathan - 16 anos

Rafaela - 23 anos

Renata - 25 anos

Tathiane - 31 anos

Verônica - 24 anos

Victor - 19 anos

Um obrigado aos queridos desenhistas ^_^

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Equívoco II

      "Caraca! É a Maura! Ela me deu aula de história na sexta série! Meu, mas ela tá igualzinha, pessoas legais não mudam né... Será que ela vai lembrar de mim? Noooossa, que coincidência! E agora, vou até lá? Não vou... Vou... Não vou... Vou!"
       Levantou-se, segurou nas barras de ferro e quase caindo chegou perto da mulher magra, com cara de cansada, que dormia:

      -Ahaaam! Eu conheço a senhora! A senhora me deu aula de história em 2004, num foi?!

      - ....

      - ... (Olhar da garota perdendo o brilho)

      - ... (Olhar da mulher perdendo a calma)

      - ... Num foi? ...



      -  Queridá, posso dormir?



(Baseado em fatos quase reais)

sábado, 30 de abril de 2011

Fotossíntese

E a vida soprou aquele vento gostoso no rosto, despenteou o cabelo e sussurrou boas palavras.
Naquela hora só me faltou um doce, alguma coisa pra adoçar o ar, aumentar o passo.
Eu vi que tudo ali era diferente de tudo que eu havia vivido, eram novas mentes dentro uma só. Eram outras mentes dentro da minha, minha mente dentro das outras, mentes que não mentem.
Era um sentimento bom, vontade de agarrar a vida num abraço, amarrar o mundo num laço. Ver as coisas maiores, e ao mesmo tempo mais simples e reais.
O sol batia, ardia o verde, me alimentava.
Ninguém mudou nada do lugar, as ruas continuavam sujas e os mendigos, mendigos.
 Mas a vida continuava, soprava, sobrava... escorria entre os dedos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

São Paulo é quase nossa

"Aos que voltam para casa no fim de tarde, depois de um dia árduo, se possivel, dêem uma olhadinha no horizonte.
As tardes de outono nos traz um Pôr de Sol espetacular. E poético....
Nos faz pensar que mesmo vivendo nesta cidade doida, nessa Babilônia em chamas da poluição, a natureza vive nos presenteando."

Tathiane Schiabel (bióloga, filósofa e escritora com quem convivo todos os dias ^_^)



terça-feira, 19 de abril de 2011

Pitanga em pé de amora - Quem ouvirá?

Quem hoje ouve o que eu canto
sabe um tanto do que eu sou.
Coisa que a vida se me envolve
e me devolve num verso assim.
Quer ver que coisa que não se fala,
mas não cala dentro de mim.
O que eu bem sei o meu canto é som.
É como eu sou mais do que sou.

Quem me ouvirá
quando eu me fizer cantar?
Enquanto minha voz puder soar?
Será, meu bem, e a minha condição.
Meu viés, ter meus pés, em outro chão.

Um diz eu fiz em minh'alma toca
e provoca meu verso enfim.
É que essa sede é o que me salva
nas ressalvas que o mundo faz.
Que coisa certa é o melhor remédio
contra o tédio que o tempo traz.
Se a solidão é o pior castigo,
eu me vingo cantando assim.

Ao meu fim, ao amor, aos céus.
E a sorte de viver,
será pra quê,
se eu não cantar?
Pra quê será,
se eu quiser esquecer?
Do que me faz
e me refaz
e me revela e me acerta em cheio
quando o feio é belo em mim.
Sou eu quem pinto o meu espelho
e clareio o que é ruim.


Pra quem quiser ouvir a música é só clicar aqui ;)

domingo, 10 de abril de 2011

E quando é mesmo?

E quando a memória surta pra trás?
E quando eu me assusto em mudar de assunto, em salvar no lápis, o meu rascunho de praxe?
E quando o destino insiste em se meter, em se perder?
E quando é que se acredita em destino?

Quando desce a barra de rolagem, rola a molecagem, muda a paisagem.
Quando acaba a energia, eu estudo entalpia, e vejo que realmente nada sei.
Quando a mensagem vai errada, a cabeça estagnada esquenta em luz de vela.

Eu velo pela calma, pela alma, pela fé.
Pela prova de amanhã, pela quentura do café.

É quando o telefone toca e eu atendo gente nova.
A gente velha agora é mãe.
A gente velha agora é longe, é onde.

É onde eu vejo quase em frente.
Na minha mente só tem antes, misturado com agora.
Você já viu pitanga em pé de amora?

quarta-feira, 9 de março de 2011

Luzes, câmeras... ok, vivendo.

        O Universo conspira a nosso favor, ou contra nós. As vezes achamos que ele é sempre contra. Confundimos os contras e os prós, o antes e o após, o vice e o versa.
        Mas agora me responda: O QUE É AQUELA ENERGIA? Aquela coisa que sentimos e parece que tudo já está decidido e apenas fazemos parte de uma história, como personagens principais?

       Cada um é antagonista de seu próprio conto. Cada um age da melhor forma que lhe parece, caminhando assim, para o seu próximo capítulo. Há aqueles que pulam páginas e há aqueles que ficam em apenas um parágrafo até o tempo que lhes convém. Cada um escolhe seu cenário, sua vestimenta, seu repertório...
       No meio da cena a gente para, erra, volta atrás. Esperneia, diz pro diretor que já não aguenta mais. Chora, pede pra sair. Respira, vê que é ali que a coisa gira, que tudo surge. A magia dos palcos, da vida, da plateia vidrada [quem é a plateia?].
       Aprendemos a fazer romance, a fazer drama. A se expressar e a amar, amar, amar todo dia.
       E como não há ensaios e alguém que incentive, é no riso e no improviso que a gente sempre vive.

Homem e cosmo



E enquanto vivia aquela nostalgia de violinos nos ouvidos, minha vista embaçava, embaraçava, perplexa. A mente voltava as engrenagens e do lado de dentro podia ver tudo passar de trás pra frente. Imagens piscadas, luz cega.

Diamante é luz do olho, luz do olho é aquela luz que ele vê dentro de si. Assim, bem forte.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ruradélica

______________________

"Com seres verdes ao redor,
eu já me sinto bem melhor.
São verdes vivas vozes do jardim,
sussurrando odores de jasmim."
Supercordas

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Rascunhos de barata



[Ninguém sabia do que se tratava aquilo. Só ouviram um barulho estrondeante de longe. Sabiam que algo havia dado errado. Mas estranho que ninguém teve o trabalho de ir lá e tentar arrumar. Ficavam ali, parados, seguindo o caminho de cada um pensando no que teria acontecido. "Será que a culpa foi minha?", talvez até com uma pontinha de tristeza.
É como o homem de Kafka que vira barata e ninguém dá muita importância. Ficam repugnados, mas ficam ali, sempre parados (...)]
...
[Quem quer que seja que inventou o calendário, devia ser uma cara muito capitalista. Devia esperar com uma angústia sem fim, que se passasse os 360 dias para gastar todas as economias em cerveja e camarão. E depois, como sempre, começaria tudo outra vez... trabalho, casa, cama, trabalho.
Mas é chato viver esperando que algo se concretize. É como se a vida girasse em torno do ano que vem, do ano que você terá mais uma chance de fazer o que não fez.
E é aí que começam todos aqueles planos pra janeiro: se dedicar mais na faculdade, no trabalho, ganhar peso, perder peso, parar de fumar, fumar.
E o ano começa, termina... e tudo que você fez foi planos.
Eaí, vale a pena? Esse dias me fizeram essa pergunta e não soube responder(...)]
...
[O trânsito para pra formiga atravessar.
Os penteados descabelam-se. É culpa do vento, do invento, da vontade de dançar (...)]

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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Pensa, menina, pensa pra escrever um texto bom.
Pensa pra falar, pra tocar, tocar pra quê? Tocar o quê?
Pensa no caderno, no livro bom.
Quem? Cuma? Onde? Por quê?
Pensa na música, na letra, esquece o livro.
Ouve a música, o que ouve? O que houve?
Ser maior, ser bemol.
Melhor que ontem, melhor que antes.
...
Pensa, menina. Mas não pensa muito.
Seu dia é sempre ímpar.


(Desenho de autor desconhecido)