sábado, 13 de novembro de 2010

Papel de parede


Aquela casa sempre foi um devaneio. As cores se misturavam e se ofuscavam enquanto os olhos piscavam. Era incrível como o movimento rápido das pálpebras traziam imagens distorcidas, como num caleidoscópio. O cachorro que era confuso em suas decisões, não sabia se escolhia para janta pizza ou talharim, era um descansa pés vestido de morango.
A velha chorava vendo novela enquanto acariciava o gato marrom que nunca largava. Podia ouvir o animal ronronar e soltar bolas de pêlo em seu colo. Era uma beleza de se ver.
O homem da casa sentado, esparramado na poltrona esparramada. Não se sabe se via o jogo do palmeiras ou horário político. Só se via do outro lado da TV um rabinho proeminente, enroladinho. Vai saber...
A menina quieta, reprimida, brincava agachada com seus pingüins de estimação. Tinha nas mãos um sino e junto aos pés uma bola listrada de cor vermelha, azul e amarela. Cores que me lembram, inclusive, um caso de uma velha amiga. Mas isso é uma outra história, outro devaneio...
Podia ser uma família estranha aos olhos de quem vê. Mas que olhos vêem? Como os olhos vêem? Qual é o ponto que faz o olho levar informação ao cérebro de forma rápida e repetitiva? E quando não há mais o que se imaginar, as coisas se tornam informações todas de mesmo peso, mesmo peso pra todo mundo, mundo inteiro.
Podia ser uma família normal aos olhos de quem quisesse ver. Quem quisesse entender.
Podiam ser pessoas estranhas aos olhos normais. Podiam ser pessoas normais aos olhos estranhos. Vai saber...

3 comentários:

  1. Quanta descrição, garota observadora.

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  2. Pra mim são pessoas normais :D
    (então eu sou estranho! hehe)

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  3. oi Nathalia!

    Valeu pela força, querida! E você ainda lembra do caderninho? rsrsr Até ele está abandonado, mas vou fazer um esforço tremendo para voltar!

    Quanto as fanfictions, posso até comentar algo depois, mas publicar... hum sou péssima em inglês! rsrsr


    beijos!

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