domingo, 13 de fevereiro de 2011

Rascunhos de barata



[Ninguém sabia do que se tratava aquilo. Só ouviram um barulho estrondeante de longe. Sabiam que algo havia dado errado. Mas estranho que ninguém teve o trabalho de ir lá e tentar arrumar. Ficavam ali, parados, seguindo o caminho de cada um pensando no que teria acontecido. "Será que a culpa foi minha?", talvez até com uma pontinha de tristeza.
É como o homem de Kafka que vira barata e ninguém dá muita importância. Ficam repugnados, mas ficam ali, sempre parados (...)]
...
[Quem quer que seja que inventou o calendário, devia ser uma cara muito capitalista. Devia esperar com uma angústia sem fim, que se passasse os 360 dias para gastar todas as economias em cerveja e camarão. E depois, como sempre, começaria tudo outra vez... trabalho, casa, cama, trabalho.
Mas é chato viver esperando que algo se concretize. É como se a vida girasse em torno do ano que vem, do ano que você terá mais uma chance de fazer o que não fez.
E é aí que começam todos aqueles planos pra janeiro: se dedicar mais na faculdade, no trabalho, ganhar peso, perder peso, parar de fumar, fumar.
E o ano começa, termina... e tudo que você fez foi planos.
Eaí, vale a pena? Esse dias me fizeram essa pergunta e não soube responder(...)]
...
[O trânsito para pra formiga atravessar.
Os penteados descabelam-se. É culpa do vento, do invento, da vontade de dançar (...)]

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