domingo, 6 de novembro de 2011

E lá se vai Josefina

Esses dias Josefina mudou de roupa, de cabelo, e até tentou uma cor no olho. Colocou um salto, enxergou do alto coisas que via bem perto.
Como ímã, atraiu olhos de apetite, percebia com o canto dos olhos da vaidade. Podia até exibir suas asas coloridas por fora mas por dentro continuava a ser a boa e velha feia lagarta Josefina. Ora se odiava, ora se gostava, justamente porque nunca metamorfosiava.
Esses dias Josefina acordou num pulo, disse boa tarde pro vendedor de calçados e saiu sem comprar nada, como quase sempre acontecia.

Fechou os olhos, sentiu o sol, sorriu. Chegou em casa, dormiu.

E isto se repetiu quatrocentos e cinquenta e sete mil vezes.
Josefina precisa arranjar um novo nome.

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